A Garganta da Serpente

Carlos Saraiva Pinto

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sabes que eu
podia ter terminado
como o outro em óstia.

não porque tivesse um amante proletário violento.
mas porque me opus a um lado e a outro
da conspurcação.

portanto leitor nunca te esqueças disso
nem da minha mente
tingida pelo sangue da adrenalina
do tempo furioso.

levanta-se um vento forte
em óstia semanas antes,
disse-me uma testemunha.
o mesmo vento áspero
que me faz hoje aquecer as mãos
com o bafo da minha boca
numa interminável
fila de refugiados entre a albânia e a grécia.

lembra-te pois disso leitor
e dá-me paz.

(Poemas do livro "Escrever foi um engano")


(Carlos Saraiva Pinto)


voltar última atualização: 09/03/2009
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