Cárcere
Cárcere,
Podridão nos porões
A solidão é uma asa
De um pássaro
Sangrando na janela.
(Dezembro/82)
Do alto de uma colina
Contemplava o mar,
O vento batendo com fúria
Em seu rosto.
No peito,
Um coração em pedaços
No chão,
Todos os sonhos
Da adolescência.
(Novembro/82)
Vós,
Que estais
Sentados ao redor
Do fogo,
Escutai o canto
Que despertará
Os elementos da noite.
(Março/92)
(Carlos Maia)
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