Carderno
Olho para a porta aberta
Do meu guarda-roupa
E escrevo esta poesia
Num caderno que não é meu
Com uma caneta
Que não escreve
E ouço
Uma música que já não é minha...
Olho para a porta aberta
De um quarto
Que já não é meu...
Nada me pertence
E eu fecho as portas
Daquela pessoa
Que eu fui;
E não tenho mais
Saudades,
O
Futuro
Me
Espera
E eu parto
Em busca
De uma rosa
perdida
a
vagar
pelas
estradas
da
minha
mente...
O
Futuro
Me
Espera
caro
amigo
sentado
no
meu
quarto
a
ler
playboys
e
livros e a me fazer
perguntas.
Olho agora para a porta aberta
Do meu Destino...
E me questiono
Por que a vida
De repente
Ficou
sem sentido?
Escrevo com uma caneta sem tinta
Num caderno que não é meu!
Acabou
a tinta
mas
eu continuo a escrever!
Acabou
a tinta
a
tinta acabou!
(Junho/80)
(Carlos Maia)
|