A Garganta da Serpente

Carlos Artur Paulon

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Meu Sonho

Sonhei que te via bela, mais bela do que de costume.
Sonhei que te via rindo a me olhar um olhar de fresta.
Sonhei que te via livre, sem amarras, grilhões ou tapume.
Sonhei que te via seguindo e onde passavas virava festa.

Era um sonho, querida, o sonho da minha vontade.
Era um sonho com a menina de preto pano vestida.
Era um sonho da busca própria de tua pouca idade.
Era um sonho a reencontrar tua liberdade perdida.

Mas de tanto sonhar acreditei na imagem de ti criada
Sem o preto vestido, sonhada agora, completamente nua
Tua alma sonhava assim jogada nesta encruzilhada.

Por caminhos incertos de mata virgem e de terra crua
Sonhava teus pés que andavam sem guia e sem pegada.
E só fiz acordar na irrealidade à qual quisera que fosse tua.

(Maio/06)


(Carlos Artur Paulon)


voltar última atualização: 25/04/2017
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