A Garganta da Serpente

Carlos Rocha

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

ENCRUZILHADA

Faz tempo evito o tempo de te ver.
Oh, mulher fada, do sorriso belo,
Faces coradas, lábios de alvorada,
Olhos estrela do anoitecer,
Ponte dos seios para o teu castelo,
Pernas colunas, portal do prazer.
Sou como pássaro que beija a flor;
Asas velozes fugindo na noite
Medo maior de ficar prisioneiro
O coração batendo qual tambor
Para marcar a pancada do açoite
De uma paixão, abismo traiçoeiro.
Ah, se eu tivesse a coragem de ir
No dia claro ao claro dos teus olhos
Para dizer-te desse meu desejo
De nunca, nunca mais me iludir,
Sonhando o sol no lindo mar de abrolhos,
Enquanto a vida passa no desejo..
Existem forças que para ti me atraem
Sem que as sinta porque és mulher,
Por tantos homens deusa cobiçada.
Enquanto fujo as estrelas caem
No teu caminho desse mal me quer,
O mal querer da minha encruzilhada.


(Carlos Rocha)


voltar última atualização: 04/08/2004
6483 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente