Forca
Quedo e esfacelo-me
Despenco-me na mácula do papel
Mitigo a robustez da nódoa
Faço olhos, boca e corpo de rabiscos pueris
Traço bonequinho bruto, tosco e deformado
Pronto para ser enforcado na busca das palavras
Que faltam para fazer uma ode
E enfim
Abre-se o cadafalso
Despenco e começo tudo novamente
Mais uma vez ponho-me na forca
E recomeço o poema
Do fim.
(Carlos Savasini)
|