SONETO DA MAIS-VALIA
Quanto custa uma vida desprezada,
Um apaixonado em profundo desalento,
Como o próprio rumo dos ventos
Perdido em alguma encruzilhada?
Quanto custa a coragem de um aflito,
Que desfez para si a última chama,
A esperança infinita de quem ama,
A beleza perfeita do infinito?
Porque o homem é refém de sua ânsia,
Do orgulho, da inveja e da ganância,
Que o leva a um terrível sofrimento?
Ah! Quisera eu voltar a minha infância!
Sentir dos jardins a fúria da fragrância,
A pureza do amor e do contentamento!
(30/11/01)
(Carlos Tibiriçá)
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