Aceitação
Poemas de amor eu escrevo.
Envio, se lê eu não sei.
Mas sempre escrevo.
Ele quase me enlouquece
Com esse desinteresse,
Essa estiagem, essa ausência.
A distância que ficou entre nós.
Amo tanto esse homem,
Já não me importo o vexame
Que às vezes me faz passar.
Escrevo poesias desesperadas,
Falo dos desejos que eu sinto,
Escrevo coisas indecentes, imorais,
Mas pouco adianta esse furor,
Os lamentos da minha ansiedade,
O grito do meu amor frustrado.
Minhas vontades infecundas
Só me deixam em ânsias loucas.
Escrevo poemas desesperados,
Coisas de amor que imagino,
Com minha alma angustiada
Tento aceitar o meu destino
E o peso que a vida me dá.
(Carmen Pimental)
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