A Garganta da Serpente

Carmen Pimental

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Volúpia

Nossos corpos se emaranhando,
A carne febril enlouquecida,
Em juras, promessas e gemidos,
A volúpia entrou em nós noite adentro.
Em ânsias quase num delírio
Fui te desfolhando como se fosse flor.
Teu corpo surgiu, moreno, quente e macio,
Estremecendo na alvura dos meus seios,
Me perdi no perfume dos teus cabelos,
Que eu cobria com beijos e cantos.
E tu, na doce agonia clamava por mim.
Poesia viva era o teu corpo nu,
Tua boca pedia as carícias mais loucas,
Teu corpo trêmulo de desejo arfava,
Se misturando às ondas do meu...
Provei a doçura do mel dos teus lírios.
Bebi a água da tua generosa fonte.
Eras um anjo mas também demônio,
Me conduzia sem pudor, sem escrúpulos.
Eu te contemplava desvairada em desejos
E tudo em nós era pecado e fúria.
Escorregávamos em rios de estrelas
Transbordando de desejos e luxúrias.
Em nossos corpos repletos de gozos
Teu ventre no êxtase era pássaro fremindo.
Nos lançamos por insondáveis abismos,
Na procura do prazer na febre da carne,
No triunfo da luxúria, em atos desvairados.


(Carmen Pimental)


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