A Garganta da Serpente

Cassandra Carmo de Lima Véras

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VERÃO

Dias quentes demais
desmantelo demais
perdi o foco.
Há derramamento.
O amor se espalha.
Aqui estou
difusa, confusa, atordoada.

Fio elétrico,
corrente
que percorre o caminho
do fundo do meu olho
à terra: mente, boca, coração,
umbigo, sexo, coxas, pés:
para frente e o inverso.
Onde começo?
Onde meu fim?

De um infinito extremo ao outro
você.

Transe que me arremete
sem direito a recusa:
sou quasar pulsando (escuto Caetano)
rumo a seus braços.
A alma estremece
e eu digo tudo
que você quer ouvir
[preciso lhe raptar].


(Cassandra Carmo de Lima Véras)


voltar última atualização: 11/11/2005
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