Poeta pela metade
Sou esta coisa feia,
Triste e dolorida,
Mas escrevo a dor
Com tal encanto
Que deseja possuí-la,
Mas não pode porque
Vive de metades...
Escreve... escreve..escreve
Palavras frias, palavras mornas,
Sem encanto e sem paixão
E quando quer o fascínio
Busca em fontes alheias
Porque sabe que não deixa
Correr o sangue nas tuas veias.
Pra escrever, meu bem,
É preciso mergulhar
No inferno de qualquer
Sentimento ou emoção
Mas você prefere a metade.
Metade da dor
Metade da tristeza
Metade da paixão
Metade da alegria
E para encantar
Com palavras
Meu amor...
Joga-se de corpo
E de alma mas
Nunca só a metade dele...
(Cecília Lobregat)
|