A Garganta da Serpente

Celina Portocarrero

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letra aberta

Meu caro Maria,
noras e dalvas que me perdoem,
mas não me cansei de mim.

Se vim até aqui pela vida
de fracasso em fracasso
mesmo em descompasso
cheguei ao sucesso,
não foi tão ruim.

Se às vezes desisto,
eu teimo e insisto,
porque do meu lado
há sempre um alguém,
e quem hoje me abraça
é quem me quer bem.

Então me permita
seguir por aí
a cantarolar
e sem sua licença
as palavras mudar.

Porque, meu poeta,
ao menos pra mim,
com toda certeza
a letra é assim:
         velhice chegando
         e eu
         recomeçando.

(Do livro Retro-Retratos, Ed 7Letras, 2007)


(Celina Portocarrero)


voltar última atualização: 26/12/2007
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