A Garganta da Serpente

Cesar Alfredo Sander

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

UM CÉU AZUL SOBRE...

Um céu azul sobre minhas tristes cinzas:
Da cor do meu choro violento.
Por favor, me abracem, pobres crianças ranzinzas,
Antes que à noite nos engolfe em seu excremento.

Antes que mexam as bebidas com suas fíbulas,
Antes que fumem sua pele defumada
Pelo tabaco paraguaio dos baludos e suas putas.
Antes que seja tarde demais para nada.

Antes que venha o dia e seus martírios
Frente a garrafas térmicas e mesas de escritório.
Uma rasteira rósea e um chute nos brios.

Despejadas na canaleta plúmbea do mictório
Garrafas cheias vodka, semiconsciência e calafrios.
Crianças ranzinzas tirem-me do peito este naco de ódio!


(Cesar Alfredo Sander)


voltar última atualização: 05/03/2007
3975 visitas desde 05/03/2007

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente