UM CÉU AZUL SOBRE...
Um céu azul sobre minhas tristes cinzas:
Da cor do meu choro violento.
Por favor, me abracem, pobres crianças ranzinzas,
Antes que à noite nos engolfe em seu excremento.
Antes que mexam as bebidas com suas fíbulas,
Antes que fumem sua pele defumada
Pelo tabaco paraguaio dos baludos e suas putas.
Antes que seja tarde demais para nada.
Antes que venha o dia e seus martírios
Frente a garrafas térmicas e mesas de escritório.
Uma rasteira rósea e um chute nos brios.
Despejadas na canaleta plúmbea do mictório
Garrafas cheias vodka, semiconsciência e calafrios.
Crianças ranzinzas tirem-me do peito este naco de ódio!
(Cesar Alfredo Sander)
|