Diários de Uma Morte sem Fim...
Outubro, Novembro e Dezembro se vão como as folhas...
Deixando suas lembranças e suas horas...
Assim que se costuma pensar sobre as páginas em branco que irão
compor,
Novos parágrafos que contarão as histórias de uma vida.
E quando essa vida passar... As páginas continuarão a serem escritas.
E o tempo continuará a contar suas horas.
O vento continuará a soprar fortemente contra as barreiras do espaço...
E os mares não cessarão de rebater suas ondas contra as pedras
do infinito mar.
Na vontade de querer pensar nas coisas que antes não se tinha vontade
nem de olhar...
No vazio das lembranças... Que insistem em tomar conta da minha consciência.
E nos sentimentos que já não existem... A imensidão do
nada me diz dores soletradas...
Um dia o sangue dos poetas congelaram...
Não tinham mais vida ou viver...
Não queriam o sabor sentir...
Nem aromas mais apreciar...
Tinham perdido o que significava o sentido de serem humanos...
Tinham se tornado seres humanos!
Passaram pela dor e pelo sangue...
Perderam seu amor e seu carinho.
Acho que me sinto assim...
Aos finados poetas que antes me conheceram e me disseram estas palavras...
No adeus e na partida dos meus versos mortos diante do júri da incerteza.
Já não tenho amor para sentir... Nem felicidade para demonstrar...
Não existe sorriso ou alegria...
Nos braços onde a morte me embala...
Fecha os meus olhos...
E me diz profundamente com a sua suavidade...
O adeus que tanto esperei...
Se foi sonho ou realidade... Jamais saberei...
Mas se acreditar é viver...
Não acredito em nada... Morrerei em paz com versos mortos.
Onde a vida é o tormento dos meus olhos...
(Charles Lewis)
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