Fim
Vejo em seus olhos a dor que sentes,
Não se preocupe minha donzela pálida,
A noite não finda em chegar e seus pesadelos poderão ser vistos
à luz do farol.
Acenda um cigarro e deixe que a fumaça oculte seus pecados.
Iremos todos para o inferno mesmo, então porque temer?
Se sobrevivermos mais essa noite, a morte será vencida e então
poderemos gozar através das dimensões.
O velho xamã faz um prece antiga agora. Não há mais nada
à perder, todos partiram, inclusive sua alma.
Vêm meu anjo negro. Jogaremos estrelas pelo caminhos para não nos
perdermos. Mas já não estamos?
Acenda mais um cigarro e seu corpo se disipará com a fumaça e
se transformará em nuvens de tempestade,
Chovendo toda fúria e melancolia nessa terra árida de solidão.
O velho xamã dança em círculos. A mãe olha o filho
morto e sorri. Não há mais dor em seu coração.
Imagens se confundem na penumbra da Lua. O Dragão dilacera o coração
do cavaleiro,
Prostitutas entoam orações milagrosas enquanto monges choram a
desgraça da existência.
O dia amanhece e traz com ele a luz da verdade.
Tudo não passa de ilusões, uma piada do Universo.
O fim termina com uma risada mortal.
(Cigano da Noite)
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