A Garganta da Serpente

Cinen de Sousa

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Artesão do Tempo Inverso

I

Pessoa não teve medo de amar
E por muito menos
Inventou a palavra "desassossego"

II

Aprendi com o Manoel a decifrar rachaduras no horizonte
Descobri o nome das serpentes pelas pegadas nas folhas secas
Que besta é quem por si só procura entender o amor e seus emblemas
Que sofre de dor e sem cura pode até padecer
E quem mais se aproxima custa caro entender que
Não é nada senão mais que um ri e vir de ondas de um mar bravio

III

Do alto de sua disciplina
A formiga desafia
A força da gravidade

IV

Minha cidade também passa um rio
Há bem da verdade na minha cidade passam dois rios
Que depois se encontram no final da rua
E juntos seguem vitimados do mar atlântico

V

A felicidade mora ao lado
Sem endereço pra postagem


(Cinen de Sousa)


voltar última atualização: 24/03/2007
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