NÃO QUERO MAIS

Não quero mais me perder nas noites
Correr peças, embalos, açoites
Nem acordar depois da madrugada morta

Não quero mais tocar só carne
Nem me deixar acariciar só pele
Pelo fel do desejo sem nexo

Não quero mais cair em armadilhas
Andar sem rumo certo
Nem desviar caminhos abertos

Não quero mais tentar a sorte
Num gueto qualquer de miragens
Nem tentar jogos supérfluos

Não quero mais aceitar falsas promessas
Sempre ambíguas palavras
Nem acreditar no sempre

Não quero mais falsos arrepios
A me percorrer
E nem em noites frias me perder

(01/08/2002)