A Garganta da Serpente

Cissa de Oliveira

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Nobre é o sentimento

eu nunca entendi porque é que os barcos partem
barcos só deveriam chegar
e de preferência se mostrarem
da maneira como se mostram as flores
depois da fofa predestinação do chão

é na tarde banhada de luz do teu coração
onde se abrem todas as estradas
e se configuram o brilho raro dos minérios
esta jazida recém descoberta
que eu me perco de ti
antes da predestinação

tudo é para que eu me convença e me convencendo
recobre o ar perdido e seja ave de vôo alto
mas bem sei porque demoro ainda mais
o adocicado dos dedos nas facetas esmeraldas da tua alma
cujo fulgor eu pressinto nas janelas do teu ser
antes do mergulho

poucos ousam meu amor
alçar esse murmúrio
sua letra é uma palavra única
e corta a seda no ar
a murmúrio é adeus
o sentimento
nobre

(01.02.05)


(Cissa de Oliveira)


voltar última atualização: 28/07/2005
6454 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente