A Garganta da Serpente
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Cláudia Carvalho

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Leitura do invisível

Esses olhos que flutuam no espaço
Dimensionados entre águas cristalinas
Sobem e despem toda a tranquilidade
Que da vontade fez rainha e soberana

Enlaçam céus entre os ângulos obtidos
Revelam dúvidas que irrompem no acaso
Para reciclar o que da vida se evapora
E recriar o que do belo se cultiva

Quebrando leis que envolvem
Além da vida
O puro êxtase da sabedoria
Não dirimida

Vestem de cores diversas
As coisas mesmas que escorrem
do descaso
ainda que encobertas
Pelo véu da ignorância

Transportam sem medir o peso
A efêmera chama
Que dança na existência
Seja vida ou sopro
Seu nome mais sereno

São visões que revelam
o puro signo
Do sentido desvendado


(Cláudia Carvalho)


voltar última atualização: 08/05/2003
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