A Garganta da Serpente

Clayton Gustavo Granemann

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Lida bravia

Cruz credo medonho
Capataz muito voraz
Atacado das ventas
Destemido animal.

Na Lida de curral
O olho é de espiga
De costas pra novilha
O coice é mortal.

O ferro na Brasa chia
Bufo no Brete agitado
Marca marcada largada
Grunhido bravio atentado.

Remanso no Costado
Lombo ardido da lida
Cruz credo sossegado
Rói pito de corda amarrado.

A clarinada anuncia
Nova clareada alumia
Reza curta pidona
Proteja cruz credo no dia.

O amargo cevado espera
Água quente da cambona
No prenúncio da aurora
O mate amargo é alimento.

Galpão de alma serena
Guarda chão batido em judiaria
Cruz credo anuncia o prato do dia
Bago assado ao meio-dia.

Berra bezerro maneado
No cepo de cedro no centro
Adaga afiada anuncia
Mais um que não vai ter cria.

Golpe certeiro e ligeiro
Gole de trago na adaga
Pingo de sebo derretido
Abranda ardume do couro.

Amarra curtume apertado
Curado de sal e saliva
Abençoado de reza antiga
Levanta o bezerro castrado.

Cruz credo de alma lavada
Saboreia o serviço firmado
Dá vistaço em cada talho
E toca bezerrada curada.

O crepúsculo prenuncia
A chegada das três Marias
Mais uma tarde se finda
Na querência da coxilha.


(Clayton Gustavo Granemann)


voltar última atualização: 09/01/2009
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