A Garganta da Serpente

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Minha Casa Sobre a Rocha

Minha casa sobre a rocha,
limpa, clara e ensolarada,
tem no entorno o azul e o branco
e com nuvens teço esculturas
de sonhos e de Paz.
Pássaros são os músicos
e o vento é o maestro
de orquestra singular.
O vento serve à Arte e à Poesia
e faz dançar as estrelas
e as galharias,as pétalas das flores ,
espalha sementes
para o templo das florestas
para o tempo das fortalezas.

Nada pode derrubar
minha casa sobre a rocha;
nem inveja ,nem maldade,
tiranias ou futilidades.
As guerras a desconhecem,
mas o Senhor do Verbo,
Criador do velho mundo,
sabe bem seu endereço.
De vez em quando, bate à porta.
para um dedo de prosa,
ou para assistir à dança das fadas,
das borboletas e libélulas,
ou batizar uma rosa.
Quando ele avisa,
mantenho a penumbra,
vestida de branco,
e medito à Sua espera.
Gosto muito quando chega
e o Espírito Santo,vem com ele,
sob a forma da pomba alva,
ilumina a sala,e rufla de leve as asas.
Meu jasmineiro-dos -poetas
então, exala tanto perfume,
que flutuo em êxtase.

Minha casa sobre a rocha
é fortaleza indevassável,
pois sua planta é plena de prudência,
e também é a casa do perdão,
da ternura,da solidariedade,
da poesia e do amor,
da arte e da fantasia
-tão preciosa e tão mera,
a casa indevassável,
onde mora a primavera
que floresce o ano inteiro
sob o céu da alegria...

(Belo Horizonte, 09/03/2008)


(Clevane Pessoa de Araújo Lopes)


voltar última atualização: 01/09/2009
25925 visitas desde 01/07/2005

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente