DEMANDA DE AZUL
É cedo o inverno ainda
Nebuloso, eu, céu lamento:
Minhas vestes têm cor de lama
esse manto, fosco e cinzento
logra insípido o firmamento
e sombreia a jornada infinda ...
Viventes, não olhem pra cima !
Ei, Anjos! Pintem meu véu !
De azul meu e dos mares,
De cristais; de azul da Lua,
que uns dizem ser prateada
Outros, acreditam-na dourada ...
Eu, de alma azul, a percebo
duma cor fria e iluminada,
duma tonalidade azulada,
que em meu espaço recebo
Distraído por breve momento,
segundei a urgente demanda:
Céus ! Tirem-me essa cor-de-cimento ...
Devolvam-me minha cor-de-lavanda !
(Cris Dakinis)
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