TREM BÃO
A tinta azul pousa no papel
Que a recebe meio assanhado.
Sente um calafrio.
Seu corpo abotoado de razão
Pula,
Beija,
Namora a tinta.
A tinta azul e
O rosto aquecido
Sussurram palavras de amor.
Escrever é bom!
Amar é ótimo!
Diz a tinta ao papel.
Os dois se abraçam,
Fogem...
Vão às nuvens.
A tinta ficou pálida
O papel ficou vermelho.
Voltam ao normal
E o papel diz:
Que trem bom.
(Maria Cristina Ferrarez)
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