A Garganta da Serpente

Cronos

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Se Perguntarem pelo Poeta

Se perguntarem por mim, o poeta?
Diga que meu velório foi há breve
Meu caixão lacrado e enterrado
Causis morbis: suicídio por absinto
(Como se houvesse veneno mais mortal que a consciência)

Se te perguntarem: que fim levou o poeta?
Leia então o meu testamento
Para a família meus bens de valor
Para amigos e amores, minhas lembranças
(Como se um dia eu já tivesse existido)

Se perguntarem pelo poeta?
Diga que ele descansa em paz
Que se encontra a sete palmos do chão
Poeta bom é poeta morto
(Como se já não morresse todo dia)


(Cronos)


voltar última atualização: 26/11/2004
6085 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente