A Garganta da Serpente

Dani Guerrato

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Lirismo

Saudade do lirismo
Das folhas secas de outono
Das palavras turvadas pelas lagrimas
Do sonho pálido
Inebriado de juventude
Embriagado de poesia
Das folhas secas
Do lirismo torto
Gordo
Paralítico
Cataléptico
Morto?
Não, lirismo não morre!
Vai até o inferno, da uma cambalhota e volta
Depois ri de minha dor e me abraça
Tenha medo que lirismo morre não!
Papai do céu cuida dele
Ninguém prende o lirismo
Nas cores da aurora ele deixa um risco torto de grafite
´Lirismo passou por aqui!´´
Mas ele é fugaz
...
viu?
Passou já
Perdeu...
Foi embora e você nem notou
...
rosa
mordaça
folha
sangue
rubro
lago
malha
rato
E agora? Viu?
em que palavra o lirismo se escondeu?
Ele não mora em palavra não
Nem em figura, nem em suspiro
Nem em sonho
Lirismo não tem começo ou fim
Lirismo é imaginar o mundo
Sem paragrafação coesa
Ou métrica rígida
Pensar sem palavras
Mas nem sei se ainda acredito em lirismo
Estou velha de mais para isto
Será lirismo libertação?


(Dani Guerrato)


voltar última atualização: 24/02/2006
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