Sem Palavras
A que suportam esses braços,
Se a lua flutua, inexorável,
Em seu rastro dentro de mim?
Deixa-me quieto, em silêncio
As palavras inauditas, inéditas
Malditas, às rédeas...
Que os pulsos cortam
Se não a vejo,
E em palavras, tropeço
Nas escadas mal feitas
Dos restos de caixões das trevas.
Fora de senso, me leva
Um Eu, rasgado da razão,
E passo ao largo...
A que suportam esses braços?
Se o trovador, do alto dos teatros,
Empolga-se e se atira
Ao chão, final de todos os atos.
(28 de março 09)
(Daniel Genovez)
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