A Garganta da Serpente

Dante Jun

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Por Vezes

Por vezes te procuro em cantos por onde passo.
Imagino onde você estaria, se repousaria ou também procuraria.
Mas o calendário ainda não se apresentou o mesmo para nós.
Talvez coincidência ou a dica de que é preciso mais vivência.

Por vezes te chamo na expectativa de te ouvir.
Fico esperando a tua resposta que se transforma no eco do meu próprio grito.
Eco que tenta alcançá-la, mas a vida ainda caminha em descompasso.
Talvez seja o momento da paciência ou da estratégica insistência.

Por vezes te toco na certeza de ser a escolhida.
Um abraço, um sorriso, um comentário são as reações menos desejadas e mais
sentidas.
É a química entre peles que teima em confirmar as diferenças.
Talvez a real incompatibilidade de sensações ou a simples necessidade de
equacionar
fórmulas vividas.

Por vezes te sinto num beijo descompromissado ou cheio de pensamentos.
De canto, estalado, um de cada lado.
Mas o sabor da troca de fluidos acaba por ser realidade somente nos sonhos.
Talvez mais uma de minhas inúmeras fantasias ou a certeza de que o
impossível
é possível.

Por vezes teu aroma marca tua passagem.
Suave ou forte, cercado sempre de mistério e personalidade.
Mas o máximo que você me permite é imaginar, no mínimo,
o teu cheiro de mulher.
Talvez loucura de um ser incompreendido ou apenas o desejo
de te dizer: por vezes penso em você.

(01.03)


(Dante Jun)


voltar última atualização: 27/02/2001
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