ARGUMENTANDO A DOR
Argumentando a dor
Após findar mais um dia
O por quê da galhardia
deste funesto ardor?
Queima-me sobretudo o peito
Segue-se a mágoa posta
Tento inventar uma resposta
Pra não me parecer suspeito.
Chega a noite e a solidão
Aguardo enfim o momento
Que antecede o tormento
Tudo passa, tudo é sentimento vão.
Invisto, insisto em permanecer
Mas nada me propicia ensejo
Aludo ao passado, ímprobo desejo
De ver sua imagem aos poucos esmaecer.
(D'anton Medrado)
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