Tempo, saudade e essência
Olho de repente a linha do horizonte
Sinto que o tempo é apenas reponte!
Amanhecendo saudades de primavera
Nesta doce e infinita espera!
Espera de ter que deixar o outono
Orvalhar meu estradeiro sono
E andejar entre poeiras de essência
Para encontrar a suave e perdida fragrância...
Eu me perco nas horas da saudade
Amparando a vazia ansiedade
E pôr fim no imenso silêncio da noite...
Ah! Este silêncio que prevalece de repente...
Quisera eu poder perguntar ao tempo:
Por que não vais embora e me deixa ao vento?
Gostaria de soprar forte, varrer ruas
Soprando, soprando... anseios pelas calçadas...
Perguntarei para esta amarga saudade:
Que fim levou a inocência da tarde?
Ah! Andarei pelos becos tortos
Procurando estas respostas e versos soltos!
Enfim diante da pura essência
Que deste agora meu canto é ausência!
Não farei perguntas sentirei a fragrância
Da mais pura inocência!
Eu vazia de aurora
Deixarei chegar a hora
Em que o tempo, saudade e essência
Irão pintar meu rosto de poesia e ausência!
(Darosafraga)
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