A Garganta da Serpente

David Nobrega

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impublicável

Amei-te aos pedaços esta noite.
A cada pequeno instante de sono forçado
Um bocado de teu corpo me surgia.
Grandes porções de pele amorenada,
De olhos desejosos
De boca proibitivamente querida.

Me fizeste um insone sabias?
És culpada, sendo eu júri e juiz,
De me trazer o desconforto de não ter teu corpo.
És culpada de me fazer usar o "amei-te" que disse a pouco,
Não em sua forma pura de sentimento
Mas na vontade carnal, quase animal.

Não te disse que o controle é fato?
Não te avisei que sou cheio de regras,
racional e desimportante?
Fazes algo de mim algo que não gosto,
Emocional e pesaroso.

Quem pensas que és
Me atirando olhares adolescentes
Atiçando algo antes contido e escondido
Fogo interno sob cinzas de ilusão?

Preferi dar-te um tempo.
E agora arrependo-me.
Oportunidades virão.
E sei que serão.
(mesmo assim...em infantis rimas em "ão")


(David Nobrega)


voltar última atualização: 20/06/2008
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