| EsnobeNunca esquecereio lugar esnobe ao qual
 você me conduziu
 com meios sorrisos e
 beijos de olhos bem abertos
 fixos por sobre meu ombro
 à TV que arrulhava
 os falsos gemidos do
 amor quase teso.
 As lágrimas póstumasdo gozo preterido
 e, sendo eu prolifera nesta arte,
 descubro que reflito
 apenas o seu desejo
 uma, duas, múltiplas vezes pois,
 desta vez,
 não houve reação
 inconsciente ou artística.
 Solucei.Num ato falho de compaixão,
 beijou minhas lágrimas,
 tocou meu coração e,
 como um cavalo cobrindo uma égua,
 terminou a demonstração
 afeto-piedosa-rápida-silenciosa-mecânica
 saindo abruptamente enquanto,
 ainda de boca aberta,
 observei com tristeza
 escorrer por entre as pernas
 as reminiscências de uma noite
 mal dormida e que deve ser esquecida.
 Morri naquele momentopara o esnobe instável
 perito em não olhar nos olhos que
 ainda pensa ser o astro-rei
 de um sistema que já não existe mais.
 Sábado, pela manhã,ele jazia morto
 entre as batidas em meu peito
 e não sabia.
 (26/07/05) 
 (Debora Hegedus) |