A Garganta da Serpente

Denos Vesne

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Vizinho do Trem

Vem rápido o trem pelo subúrbio
não respeita choro ou dilúvio
Passa e escova minha janela
tira tinta e lascas dela
Assusta as panelas e as formigas
tira à tramela, treme à cortina
bumba o chão de terra batida
O trem nunca da trégua
faz dançar toda essa casa velha
afrouxa os pregos das tábuas
derrama toda minha água
e quase me joga fora da casa
Talvez tenha percebido
que cegou os meus ouvidos
E agora se não me chacoalhar
não sei se passou
ou se vai passar


(Denos Vesne)


voltar última atualização: 12/03/2004
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