A Garganta da Serpente

Dimythryus

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AS LAVADEIRAS DE SONHOS

A transparência de um rio
Iguala-se as lágrimas que abundantes se cristalizam
Numa imagem formidável da leve correnteza.

Em sua orla sob as pedras
O colorido das roupas se espalham
Em meio à canção das lavadeiras.

Preocupadas com o sol
Compenetradas em suas músicas
Distantes do resto do mundo.

Distantes das lágrimas
Que fundamentam minhas mágoas
E por outro lado constituem todo este rio.

As lavadeiras inundam-se nos rios
Nas lágrimas de suas vidas
Na particularidade de seus problemas.

Enquanto as lágrimas desesperadas
Tentam lavar, levar as nódoas de suas vestes
Sob a força de suas mãos ressecadas pelo sabão.

A correnteza em sua límpida transparência
É fria e dói, dispersas nos versos de cada lavadeira
Que sonha com um mundo que imagina longe dali.

As pedras acompanham
Ensaboadas de desdém
Descrentes dos sonhos, de qualquer mundo existente.

Ao final o sol se põe
E as cores sucumbidas de lágrimas
Desfiam-se sobre a palidez da vida.

As lavadeiras se retiram
Deixando quarar o seu mundo
A espera de um sonho que nunca se realiza.

(29/11/2009. 21h35m)


(Dimythryus)


voltar última atualização: 08/03/2011
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