BALADA DA SEXTA-FEIRA
Sexta-feira pagode com os amigos
Bundas, pernas, aperitivos
Espalhados, centenas de copos embriagados
Algumas garrafas, metidas a guru
Traçam os mapas de riso e dor.
Fim de expediente
No balcão, pouco acima do gargalo
Os carros apreensivos na janela
Aguardam em ponto morto e muita sede
Na alegria morta dos sorrisos frouxos.
Os relógios acusam pouco mais das seis
As luzes ofuscantes se encavalam
Entre dezenas de postes malabares
Nos becos e estradas enfronhadas
Entre as valas, franzi-se mais uma marionete
Emborrachada.
A sirena chega afoita e reluzida
A interpelar os estilhaços das garrafas
Sem resposta, a rua se fez muda
As luzes esbranquiçadas, nem piscavam
Enquanto a sirena se partia.
(30/11/2008 - 20h15m)
(Dimythryus)
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