A Garganta da Serpente

Dimythryus

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AUTO DO ENGENHO

Eu sou a estrela do céu
E depois vos direi qual,
E quem me cá descendeu.
Gil Vicente 1527
Auto da feira

És tu poeta
Das sugestivas obscuras dedutivas
Músico, autor
Ator dramático
Decorador, ourives
Filólogo.

Quantas são as órbitas de seus engenhos
Que enodoadas incertezas se apequenam
Ora dizem, és de Barcelos
Outrora, Guimarães, Lisboa
Das Beiras.

Ainda que sua existência inexista
Malfadadas as boas fadas
Algo de turvo revolve a memória
As salivas degustativas paladares
Fragmentadas ante o dramaturgo e o suposto ourives.

Autos que refirmam as hastes auditivas da Língua
Expandidas pelos ratos nossa língua se sagrou
Este mundo cheio de canseiras
Viu-te passar e reinar as cercanias
Nos entremezes da vacaria.

Seu nome susteu-se
Nas Comédias, Autos e Farsas
Nos cálices e relicários
Excomungados pelos sacros jesuítas.

És tu meu vate
Que resiste o céu dos imortais
Talvez esta estrela bipolar antagônica
Talvez o refuso ourives
O renomado poeta dramaturgo.

(24/11/2008 - 18H28M)


(Dimythryus)


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