A Garganta da Serpente

Dionísio Dinis

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Eu quero-te no amor táctil
Por sobre a terra adentrado no mar.
Os meus dedos na areia do teu corpo
Ao sol são as minhas mãos douradas
Ao calor são a forma dos teus seios.
No vento a voz da permanente fragrância
Flor ou cheiro de sexo flor.

Apetece-me a verdade do teu ser
Porque me penetras definitivamente
Porque me descobres na minha entrega,
Digitalmente descubro-te

Nua!

Faço-te amor com mar à vista

Possuis-me em terra firme flanando
Incendeio o fogo por dentro de ti.
O espelho a mulher o momento,
A imagem no corpo a corpo do olhar.
Contemplo-te!

Permaneces fixamente bela

Em geometrias variáveis, tangentes,
Tocantes
Gestos livres,
Gostos concisos!

Amo-te no encontro das mãos dadas em calor
Desalmadamente lúcido
Alma táctil
Sensorialmente rubra
Teu corpo diluído no meu sangue
Meu corpo à mercê de seres inteira


(Dionísio Dinis)


voltar última atualização: 07/04/2008
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