A Garganta da Serpente

Djalma Filho

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OS PÉS-DE-VALSA

detesto parar de dançar no meio da dança!

teus pés estão exatamente bem sobre os meus pés
e não há calos ou frieiras que os reclamem...

não importa se é rock-pesado, se é qualquer música suave,
não importa se é samba, se é bolero, se é xaxado:
o que importa é que nós, soltos ou colados
combinamos dar passo aos passos.

dois centímetros de teus pés sobre meus pés, num passo exato
podem conduzir-te
para perto de minha boca aos beijos escancarados.
Bate-coxas, bate-barigas, bate-peitos
nesta sintonia de música que nos faz par perfeito
na contra-dança de ritmos malfeitos
que de pés juntos juraram

que teus pés pisando aos meus
poderiam - até - mais separar que unir
nosso jeito de pisar suave
que me leva a conduzir
a qualquer salão o tamanho do passo

dos teus pés sobre os meus pés,
para que eu reaprenda a andar só por andar
enquanto a sola dos teus pés rocem em meu calcanhar

Aceitas um pé-de-valsa?

detesto parar de dançar mesmo quando a orquestra pára de tocar!


(Djalma Filho)


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