AS JURAS QUE FICARAM NA CALÇADA
Eu ouço trinta dores e um só cárcere
Da alma enferrujada em contramão
Final de vez, vendido pelo chão
Num peito que abana um Céu de mármore.
As celas que ficaram pela estrada
Prendendo um sem-amor em quase tempo
São juras que ficaram no cimento
Promessas que deitaram na calçada.
Cadeias são correntes besuntadas
Num elo de morfema intransigente
Prisão a sete chaves de palavra.
Verdugos são dois pães de uma só lavra
Na grade que circula permanente
As garras dessas cores amputadas.
(dos Anjos)
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