Libido
Quero crer que cada choro há de avistar gente traquina
E parar em toda esquina
Prá ouvir uma menina
Como vai ondina tonta
Vem de novo me apressar
Já não sei se me defronto
Ou sou a água a me afogar
Passam fontes e demandas
Passam rios a não me levar
Não é sorte, nem é azar
São as águas doces à procura do mar
Fico vendo o desatino
De um reflexo sem cessar
Desse flerte me alucino
Não tem como me separar
Sigo setas e crianças
Nesse solo avariado
Aqui se perdem alianças
Aqui não se fica aliviado
Quase certo no ângulo é não se ir
Que são retos os seus fios obtusos
E tortas me aglutinam as entrelinhas
De um tecido me estorvando prosseguir
Já fiz minha colheita
Não importa de que dúbios engenhos aviados
Elos terço uma corrente imperfeita
Vezes certa de que ali é um quadrado
Se fosse círculo não seria um inferno
Seria febre que esquenta e passa
Seria frio que acolhe e abraça
Seria venda que esconde e queima
(Durgadasi)
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