A Garganta da Serpente

Edgar Borges

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Retrato íntimo

Gotas de euforia
escorrem pelo corpo dos amantes.
Com olhos semi-abertos,
o que vêem pela frente é tudo,
menos real.
Mãos firmes, temerosas, rápidas, lentas.
Viajam nos sentidos.
O movimento e o quarto trancado
aceleram a respiração.
A pele brilha, rostos se contraem.
Para um deve estar próximo o ápice.
Palavras obscenas são ditas.
Juramentos sem nexo são feitos.
As bocas se abrem, unhas pedem carne.
Os corpos se enroscam e as mãos
estão tomadas pelo suor.
Bendito suor.
O coração bate mais forte,
o ato fica mais intenso.
Em segundos, um deles
conhecerá um pouco do paraíso.


(Edgar Borges)


voltar última atualização: 14/10/2006
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