Soneto à Bocage
Olhe Li! Olhe o caminhar vagaroso,
Do nobre e sombrio senhor da rua;
Olhe a intensidade bela e vã,
Desta necessidade incrédula dos carros;
Olhe, a firmeza destes edifícios,
A forma concreta em concreto, completa os prédios;
A inexistência do natural-vegetal,
Que o torna, mais humano, embora químico;
Vê aquela falsa fonte nobre,
Vê, como inverte a ordem das coisas,
Para reinar, sobre nós, alta e absoluta;
Absoluta, fria, bela e concreta esta edificação;
De minha amada metrópole, mas, quão insignea
Também és, perante a ti, em meu coração;
(Édio.Meb)
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