Destino
Vem trazendo o que não esperamos
Em malas adornadas de ouro...Peças de tristeza
Em trapos de encardidas cores...Um tesouro, uma beleza
É o destino, que assusta pelo nome
Esconde-se, ninguém o acha
Aparece, some, aparece, some, mais parece mágica
Destino;
No vão, sobre malhas de ferro
Descendo em calhas para sumir em terra
Mancha nas lâminas em tempos de guerra
Uma linha de inconcebível análise geométrica
Distância que separa os pontos do tempo
Escrituras desalinhadas no espaço das mãos
Que bate nas portas das casas esquecidas
Que cruza os caminhos da realidade e dos sonhos
Oh, velho Destino que guarda em caixas de sapatos a dádiva e o abismo
de cada um!
O que lhes cabe, o tamanho certo da matéria e do conhecimento ao menos
vago do espírito.
(Edmar Penalva)
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