A Garganta da Serpente

Edmar Penalva

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Destino

Vem trazendo o que não esperamos
Em malas adornadas de ouro...Peças de tristeza
Em trapos de encardidas cores...Um tesouro, uma beleza
É o destino, que assusta pelo nome
Esconde-se, ninguém o acha
Aparece, some, aparece, some, mais parece mágica

Destino;
No vão, sobre malhas de ferro
Descendo em calhas para sumir em terra
Mancha nas lâminas em tempos de guerra

Uma linha de inconcebível análise geométrica
Distância que separa os pontos do tempo
Escrituras desalinhadas no espaço das mãos
Que bate nas portas das casas esquecidas
Que cruza os caminhos da realidade e dos sonhos

Oh, velho Destino que guarda em caixas de sapatos a dádiva e o abismo de cada um!
O que lhes cabe, o tamanho certo da matéria e do conhecimento ao menos vago do espírito.


(Edmar Penalva)


voltar última atualização: 25/07/2004
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