precipício
ando sob o minguante
firmamento de escuro azul aveludado
abriga esta noite infinda
de cabras de pés de cobre
facas de aço vegetal
que crescem dentro de pedras vivas
ósculo orgânico dos confins da terra
fala com a língua de diamantes
( e tudo conspira o universo)
palavras de alabastro
palavras petrificadas
palavras borboletas
com asas lâminas de vidro
palavras runas
a contar os destinos
esta noite
dormir como um anjo
asas pregadas na rocha do precipício
sangrando pelos pés
(Edson Bueno de Camargo)
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