A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

a casa

a casa
um fantasma
em si mesma
paredes fixas no etéreo
nunca se movem do lugar marcado
mesmo quando as margens dos rios
se esticam com as monções
e depois retornam ao seu desenho
deixando para trás
poças cheias de peixes
(para a felicidade dos meninos)

a casa
mesmo depois de finda
ainda permanece em seu requadro
sob a mata
tijolos abandonados
é lembrança vívida
de pulmões e esteios negros de fuligem

a casa hoje
é um quadrado de terra batida
mas tem um coração pulsante
que sabe seu sangue
pelas raízes das mangueiras
e das laranjeiras
agora selvagens

a casa estará sempre ali
dentro de minha memória
onde permanece


(Edson Bueno de Camargo)


voltar última atualização: 23/05/2017
32019 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente