A Garganta da Serpente

Eduardo Bottentuit

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Naufrágio

A tempestade estava revolta
Ondas gigantes o engoliam
Fortes demais para sua fraqueza
Ele não resistiu e naufragou...

A chama da vida se foi...
Levado às profundezas
É frio, e envolto pela escuridão
Pouco sustenta do que restou

Começa a penosa e longa descida
Ao encontro do além-vida
Segue o destino estabelecido
Mas, sabe que em breve sossegará

Podiam-se ouvir gritos e lamentação
O pranto melancólico de quem se vai
Ofegante, ainda bate o coração
É a despedida de todos, de tudo

Balança... E, imensa é a sua dor
Sozinho e preso entre fendas rochosas
Enquanto na superfície o mar é belo
Parece amigo, alegre e acolhedor

Carcaças lhe trazem mensagem de paz
Mas, é chegado o seu momento
Ouve-se "marcha fúnebre" de Chopin
Enfim, é o adeus... Jaz.


(Eduardo Bottentuit)


voltar última atualização: 17/05/2010
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