A Garganta da Serpente

Eduardo Pereira

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NO CIRCO

A vida é feita de fama
E a fama feita de vida
Não te deixes escorrer
Não te deixes perder
No Jet 7, na moda
E na sociedade

As lindas senhoras
Com os velhos anti-sedentários
Procuram festinhas
Nas casas dos milionários
…estou-me endiferente
estou-me endiferente

Voçês olham pra mim
OBJECTION
Maz que terrível mal!
OBJECTION
"Estarás a ver ao contrário?"
OBJECTION
Ven de lá o papão

Para nos papar

Para se alimentar

E para fazer de nós

Biscoitinhos, biscoitinhos (!!)

E as senhoras fogem aterrorizadas
Para o jardim amedrontadas
E esperam pelos seus velhinhos
Que entretanto,
Já são biscoitinhos (!!)

Eles correm atrás
Das suas amadas
E elas correm
Desesperadas
Que circo bonito
Isto se tornou.
o papão
perdeu-se e não se achou

Não percas a calma papão
Não percas a calma papão
Arrancou a cabeça aos
Bicoitinhos
E bebeu-lhes o sangue
Aos bocadinhos

( aí as senhoras caiaram caquécticas
no chão)

"que raio de vida"
"que raio de vida"
encheu-se o papão


(Eduardo Pereira)


voltar última atualização: 10/12/1999
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