A Garganta da Serpente

Eduardo Gutierres Ruiz

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O velho e o mar

Escrever e nada mais
é o que sobrou de mim.
As palavras de meu cais
afundam em teu cetim.

Naus entram em auto mar
sem destino a dispor.
Aceitas como do lar
são tragadas sem langor .

Fiz-te mal, Oceano,
eis toda a verdade!
És um puro engano
que não mede maldade.

Teu profundo é vazio
e envolto cristalino.
Quem o acha sadio
nunca viu assassino?

Mas olhando-o agora
conquisto alma turva.
Mesmo não sendo hora
refletes minha curva!

Desde antes foi assim?
Já maltrataste de mim?
Mentes verdades, Cain ?
Achas que não porei fim?...

Então... o que sou enfim?...


(Eduardo Gutierres Ruiz)


voltar última atualização: 30/12/2007
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