A Garganta da Serpente

Eliana Keiko Yamamoto

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Tanto que te procuro

Onde estás que te procuro?
Te procuro tanto,
A tanto tempo...

Tanto, tanto, que já nem me lembro.
Tanto, tanto, que já secou meu pranto.
Tanto, que já foi o tempo.

Tanto tempo, que cansaram-se meus membros,
Curvaram-se meus ombros,
Turvaram-se meus olhos,
Emudeceu a minha boca.
Que muda, curvou-se em um sorriso triste...

Alma em riste.
Coração rígido, partido,
Que com a tua ausência, feriste.

Tanto que te procurei...
Tanto que te esperei...
Tanto que acreditei,
que virias,
que me libertarias,
que me amarias...

Cansei de te procurar.
Cansei de te esperar.
Cansei de me frustrar.
Cansei de acreditar,
que existias.

Mas ainda assim,
tua lembrança persiste,
Em me enganar,
Em me encantar,
Em me iludir,
Em me comprimir.

E assim, uma vez mais, te espero
Te espero não querendo te esperar,
Te espero mesmo sem acreditar,
Te espero achando que jamais chegarás.

Te espero, porque te esperar,
É ato conjunto ao meu respirar.
Te espero, porque te esperar,
Já faz parte do meu DNA.
Te espero, porque te esperar,
É força motriz que faz meu coração pulsar.

Sem te esperar, não vivo!
Grande paradoxo!

Vivo a esperar por ti,
E quando finalmente, te encontrar,
Me tirarás a vida!

Mas, ao menos,
Mas, acima de tudo,

Morrei em paz...

E minha boca muda,
não se curvará mais em um sorriso triste

Mas meus lábios trêmulos,
Darão um último suspiro feliz.

(São Paulo, 16/09/2007 - 20h20)

(Eliana Keiko Yamamoto)


voltar última atualização: 29/07/2009
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