Onde andará o meu amor
De um sonho que não existe
De um desejo preso em meu peito
Deveras, de um sentimento adormecido
Na forma de heresia
Onde andará meu sonho
De menina recatada
Dos beijos escondidos nas noites enluaradas
Das madrugadas perfumadas e prateadas
Onde andará aquele menino de olhos penetrantes
Que me invadia mesmo por instantes
Como as marés das enchentes
Sumia nas silenciosas vazantes
Do que procuro pelas ruas e avenidas
Para acalmar de certo
Esse meu coração inquieto
Tal uma mãe no ninho
Hoje, sem meu juvenil
Nas curvas desse corpo da mulher madura que sou
Isso sim, o tempo não apagou
E nem roubou
Acreditei, sonhei, arrisquei
Numa vaga esperança levemente contida
Fiquei atrevida e desejei para esse amor
Em toda a sua altivez
...
Ser uma loba que amará uma única vez...
(Eliane Gonçalves)
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