Analfabética amorosa
Choro de culpa e remorso
Lágrimas de perversa amante que sou
Que lamúria! urro ante o indulto
Gorada em abrolhar satisfação
O tempo passa, a distância aumenta
Inútil! Não sei o que fazer!
O outro enfastiado pelo ermo arrosto
Ó céus! Como viver?
Ouço silenciosas cobranças
Eros! Sinto a segregação!
E então, possuída pelo desespero,
às funestas dúvidas dou razão...
Ó cruéis interrogações!
Como me cegam e emudecem
Tanatos! seus gritos roucos
Só elucidam nosso crepúsculo...
E ainda, sozinha, choro
Uiva teu pranto o meu pecado
Mas Vênus é testemunha
E pura, entreguei-me a você!
(Elisa França)
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